segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Alguns pensamentos que bem definem este blog:


"Às vezes a gente pensa que está dizendo bobagem e está fazendo poesia." (Mário Quintana)


"Escrever é como um labirinto de espelhos que se vai construindo enquanto se perde a si mesmo dentro dele." (Vilém Flusser)


"Posso prometer ser sincero, mas não imparcial." (Goethe)


"O pensamento faz a grandeza do homem." (Pascal)

"Afirmam que a vida é breve,/ Engano, a vida é comprida./ Cabe nela amor eterno/ e ainda sobeja vida." (António Tomás Botto)


"Para se fazer grandes coisas não se deve estar acima dos homens, mas junto deles." (Montesquieu)


Dom Hélder Pessoa Câmara (Fortaleza, 7 de fevereiro de 1909  Recife, 27 de agosto de 1999) foi um bispo católico, arcebispo emérito de Olinda e Recife. Foi um dos fundadores da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e grande defensor dos direitos humanos durante o regime militar brasileiro. Pregava uma Igreja simples, voltada para os pobres e a não-violência. Por sua atuação, recebeu diversos prêmios nacionais e internacionais. Foi o único brasileiro indicado quatro vezes para o Prêmio Nobel da Paz. Entretanto, foi acusado por seus opositores de ser conivente com o marxismo, ideologia contrária aos princípios cristãos. (Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/H%C3%A9lder_C%C3%A2mara, consultado em 18/03/2012, às 11h45min.)

De Dom Hélder Câmara a frase: "Se você diverge de mim, não é meu inimigo, você me completa."

sábado, 29 de outubro de 2011

Monólogo do Pênis

Há pouco, refleti e conclui: A vida se divide em duas fases: A primeira, quando, na infância, se pensa que o pênis só serve para urinar; a segunda, quando se descobre que ele pode desempenhar também outra função!

A Theory of Everything...

"(...) Renunciamos a uma teoria de tudo para simplesmente ser Tudo, em comunhão com o Todo, em sua consciência infinita que sustenta o Kosmos delicadamente nas mãos. E, então, o verdadeiro Mistério se revela, a face do Espírito sorri secretamente, o sol brilha em nosso próprio coração e a Terra se torna o nosso próprio corpo; as galáxias correm pelas nossas veias, enquanto as estrelas iluminam os neurônios da nossa noite. E nunca mais buscaremos por qualquer teoria que não seja verdadeiramente a nossa própria Face Original." (Trecho final de "A Theory of Everything", de Ken Wilber)

Um pensamento de Gandhi...

"A prisão não são as grades e a liberdade não é a rua. Existem homens presos na rua e livres na prisão. É uma questão de consciência."

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Você tem Catsaridafobia, ou, como vulgamente é conhecido, medo de barata? Prof. Perera em mais uma video-aula...



Mais uma aula extremamente esclarecedora e necessária com o Prof. Perera! Tema de hoje: Medo de barata ou... Catsaridafobia.


Apresentação, a convite, realizada em 05 de dezembro de 2010, no restaurante do Hotel Mercure, zona norte, São Paulo/SP, durante cerimônia judaica (brit-milá) do pequeno Michel, filho de um casal de amigos. Ao piano, interpreto o rondeau da Sonata para Piano n. 11 em Lá Maior, K. 331, de W. A. Mozart (1756-1791).


Apresentação, a convite, realizada em 05 de dezembro de 2010, no restaurante do Hotel Mercure, zona norte, São Paulo/SP, durante cerimônia judaica (brit-milá) do pequeno Michel, filho de um casal de amigos. Ao piano, toco trecho de "Garota de Ipanema", de Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes.     


"Talent Show" realizado em 27 de janeiro de 2010, no navio Costa Concordia, da companhia Costa Cruzeiros, durante viagem pela costa brasileira. Ao piano, toco "Libertango", do compositor argentino Astor Piazzolla (1921-1992).     

terça-feira, 25 de outubro de 2011

A Nudez da Mulher Amiga


Eu vi a mulher despida
Eu vi a mulher despida e nua
Eu vi a mulher despida, nua e fria
Eu vi a mulher despida e nua, fria e mansa
Eu vi um corpo de mulher correndo
Eu vi um corpo de mulher sofrendo
Eu vi um corpo de mulher gemendo,
Os langores suaves e a sublimação dos
                    [fatos
Eu vi um corpo de mulher chorando
Porque surgido do negrume da noite,
Porque advindo dos meus mais recônditos
                    [anseios,
Porque é nudez da morena amiga.
E porque há mulheres que não são amigas,
Eu quero a mulher de respostas surpreendentes.
Quero a amiga, a companheira dos difíceis
                    [momentos, que
Estou sereno, estou tranqüilo.
Nada almejo e reclamo nesta vida,
                    [além do compreender da mulher
                    [amiga.
Vejo-a como extraordinariamente inflexa;
Como tarde delgadamente infinda.
Eu quero tocar, delicada e tão-somente,
A face externa do corpo da amiga.
A vida nada mais é que provação para
                    [nos resgatar o espírito.
A vida é remição.
A vida é o encarceramento de vã pergunta.
E porque devo esclarecer-me, nada há de mais
                    [sublime que a admiração do corpo da
                    [amiga,
                    [que a reflexão sobre o corpo da
                    [mulher amiga.
Quero fazer-me das palavras alento para
                    [os que delas não podem fazer uso.
Quero, conquanto sendo, não parecer triste, não
                    [parecer quedar-me ante o infortúnio,
                    [cada linha.
Quero uma experiência todo dia; fazer de minhas
                    [palavras
                    [as de quem delas são privados,
                    [as de quem as não possui.]
Quero o depoimento emocionado dos amigos
                    [que não tive
E o comovido dos que já partiram.

Ivan Pereira Santos Junior
Santos, 04/08/1997.

(Publicado em "Poesia Seleta", Ed. Fiuza, 2001, deste pretenso poeta...)


Onze de Setembro.

Eis tristes estatísticas:

DUZENTOS E VINTE MIL japoneses foram mortos nos ataques NUCLEARES à Hiroshima e Nagazaki;
SEIS MILHÕES de judeus foram mortos no HOLOCAUSTO;
NOVE MILHÕES de pessoas foram mortas pela chamada "SANTA INQUISIÇÃO", barbaramente promovida pela Igreja Católica Apostólica Romana durante séculos;
CEM MILHÕES de negros foram mortos durante a ESCRAVIDÃO... e ainda querem convencer-nos de que o "11 DE SETEMBRO" (3000 mortos) foi o maior ato terrorista da história?

 
TODOS FORAM ATOS TERRORISTAS!


Posto isso,... meu solene e sonoro "VÃO À MERDA!" à Ignorância, à Intolerância, à Ganância, ao Materialismo, à Estupidez e à Violência em todas suas formas e expressões!

O "suficiente".

"Desejemos, simplesmente, isto às pessoas:
- Desejo-te sol o suficiente para que continues a ter essa atitude radiante;
- Desejo-te chuva o suficiente para que possas apreciar mais o sol;
- Desejo-te felicidade o suficiente para que mantenhas o teu espírito alegre;
- Desejo-te dor o suficiente para que as menores alegrias na vida pareçam muito maiores;
- Desejo -te ganhes o suficiente para satisfazer teus desejos materiais;
- Desejo-te perdas o suficiente para apreciares tudo que possuis;
- Desejo-te 'alôs' em número suficiente para que chegues ao adeus final.
Tudo, enfim, na vida aperfeiçoa-se com a prática. Experimenta desejar a ti mesmo o suficiente, e farás o mesmo a quem estiver a teu redor."
(Anônimo)

P.S.: Como não me lembro se o texto é de minha autoria, ou se o li em algum lugar, a honestidade intelectual impõe-me, apesar de gramaticalmente o revisar, atribui-lo à anonímia.


Ivan.

A Regra de Ouro... - ou "A Ética da Reciprocidade".

No Zoroastrismo: "Aquela natureza só é boa quando não faz ao outro aquilo que não é bom para ela própria" (Dadistan-i-Dinik 94:5)

No Judaísmo: "O que é odioso para ti, não o faças ao próximo"

No Confucionismo: "Não façais aos outros aquilo que não quereis que vos façam" (Confúcio)

No Budismo: "Não atormentes o próximo com o que te aflige" (Udana-Varga 5:18)

No Hinduísmo: "Esta é a suma do dever: Não faças aos outros aquilo que se a ti for feito, te causará dor" (Mahabharata 5:15:17)

No Cristianismo: "Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós a eles" (Jesus no Sermão da Montanha - Mt. 7, 12)

Você já conheceu um polímata?

Um polímata (do grego polymathēs, πολυμαθής, "aquele que aprendeu muito") é uma pessoa cujo conhecimento não está restrito a uma única área. Em termos menos formais, um polímata pode referir-se simplesmente a alguém que detém um grande conhecimento. Muitos dos cientistas antigos foram polímatas pelos padrões atuais.

Os termos do homem renascentista e, menos comumente, do homo universalis (em latim: "homem universal" ou "homem do mundo") estão relacionados e são usados para descrever uma pessoa bem educada ou que se sobressai numa variedade de áreas. Esta idéia se desenvolveu durante a renascença italiana, da noção expressada por um de seus representantes mais conhecidos, Leon Battista Alberti (1404—1472): que "um homem pode fazer todas as coisas que quiser". Isto incorporou os termos básicos do humanismo renascentista, que considerava o homem forte e ilimitado em suas capacidades, e levou à noção de que as pessoas deveriam abraçar todo o conhecimento e desenvolver suas capacidades ao máximo possível. Ainda, os renascentistas mais talentosos procuraram desenvolver suas habilidades em todas as áreas do conhecimento, no desenvolvimento físico, conquistas sociais e nas artes.

POLÍMATAS NOTÓRIOS:


  • Leonardo da Vinci

  • Emanuel Swedenborg

  • Al-Kindi

  • Al-Biruni

  • Avicena

  • Rui Barbosa

  • Ivan Illich

  • Bertrand Russell

  • Thomas Jefferson

  • Benjamin Franklin

  • José Bonifácio de Andrada e Silva


  • (Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%ADmata, consultado em 25/08/2011)

    Até a próxima!

    O Verdadeiro Segredo Maçônico

    “O verdadeiro Segredo Maçônico…
    É um segredo de vida
    e não de ritual
    e do que se lhe relaciona.
    Os Graus Maçônicos comunicam àqueles que os recebem,
    sabendo como recebê-los,
    um certo espírito,
    uma certa aceleração da vida
    do entendimento
    e da intuição,
    que atua como uma espécie
    de chave mágica dos próprios símbolos,
    e dos símbolos
    e rituais não maçônicos,
    e da própria vida.
    É um espírito,
    um sopro posto na Alma,
    e, por conseguinte,
    pela sua natureza,

    …incomunicável.”
    (Fernando Pessoa)

    A casa dos espíritos... — Dia 13/08/2011. Sábado. Dezoito horas. Eu, sozinho em casa e ao piano, viajando. A lua, cheia, espiando-me pela janela. Na sala, acesas apenas a luz do aquário e a luminária do piano. Pelas tantas, decido parar; fecho o teclado. Ao voltar para o escritório, o que o espelho da suite, defronte do corredor para os quartos, reflete atrás de mim? Uma sala repleta de "ouvintes"!

    Ri.

    (E há quem diga não haver espíritos...)

    segunda-feira, 24 de outubro de 2011

    ‎"É melhor calar-se e deixar que as pessoas pensem que você é um idiota do que falar e acabar com a dúvida." (Abraham Lincoln)

    sábado, 22 de outubro de 2011


    Eis o homem ou “No confessionário de mim mesmo”. — A vida é efêmera — nossas existências, muito tênues... Devemos passar pela estrada da vida fazendo, humildemente, nossa parte... e fazemos, à maioria das vezes, suscetíveis ao cometimento de erros, desagradando a uns, mas levando alegria a outros. Não sou diferente. Erro, cotidianamente, e assumo as faltas. Errar é humano? Sim... Humano, demasiado humano. Entanto, perdoar é preciso para o reajuste necessário... Inferno ou céu inexistem, a não ser o estado de consciência em que entramos, de paz espiritual ou desassossego e tormento. Nada somos, muito necessitamos do próximo — tanto que se não nos enterram nus, ainda nessa hora grave, é que de alguém dependemos... Daí afirmar: Somos o que emanamos, e o que nos cerca é o que somos. Tudo é reflexo.

    Para mim, viver bem é viver à prática do bem, que é a estreita, contudo, possível porta para a prática do Evangelho, que convida — não impõe, não obriga, não coage — todo aquele que busca fazer o bem ao próximo — por conseguinte, a si mesmo.

    Abster-se de fazer o mal não basta; necessário é praticar o bem. Façamos por merecer, agindo de modo que nossas atitudes nos engrandeçam.

    Quem sou? Diga-o quem verdadeiramente me conhece... E quem me conhece, de mim poderá dizer — inobstante os erros perpetrados e ressentimentos, por vezes, causados — um homem grato, antes e acima de tudo, ao Pai Criador, pela saúde que me concede, a título gratuito, sem nada aguardar em troca; por a família terrena, em que me foi permitida esta vivência carnal, quiçá, para saldo de inúmeros compromissos e resgate de muitas faltas, cometidas em outras jornadas...; por o exemplo de namorada, esposa fiel, amiga, companheira, cúmplice e parceira leal que minha mulher, Vanessa, me representa, a cada dia; pela vida de homens e mulheres que me cruzaram o caminho e com quem aprendi e, de repente, a quem ensinei; pela Música, que me aproxima das Altas Esferas; pelo trabalho, garantia do sustento do lar e do corpo; pela vontade de poder dar cumprimento a valores e ideais que me imponho à verdadeira prática cristã, haja vista os efêmeros prazeres e transitórias paixões mundanas que nos tentam a desviar-nos, todo instante, das lições deixadas pelo Divino Mestre Jesus; por estar vivificado por Deus e vivo para nele divisar o Pai de Imensurável Amor, Luz e Caridade, o Princípio e Fim de todas das coisas; e pela vontade de viver, o quanto necessário, e conforme a Vontade Superior.

    Eu Sou um espírito a serviço do Universo; um homem comum, em busca de progredir moral, intelectual e espiritualmente, sempre, e à procura, sobretudo, de honrar o fato de ser filho de Deus e d´Ele receber a vida como forma de manifestação de Seu Infinito Amor. Um homem de bem com a vida, a favor da vida; a quem a vida nada negou e que não se nega à vida.

    Procuro adaptar minha personalidade à de cada pessoa que conheço, para melhor servir.

    Amo os amigos e a eles me entrego, sem deles nada esperar.

    Sou filho da madrugada, e minha vida é feita de música, poesia e amor. Vivo além do amor... Minha busca pelo amor é total! Parece ter eu passado a vida inteira em busca de um amor total, sem nunca verdadeiramente vir a conhecê-lo. Houve pessoas que me assinalaram profundamente a vida, mas nenhum dos muitos amores que tive parece ter satisfeito toda minha imensa fome e minha enorme sede de viver e amar.

    Vivo com intensidade... Portanto, quando amo, faço-o intensamente. Entre a cruz e a espada, jogo-me contra a espada. Considero-me denso, uma alma imersa em extrema carência... Um indivíduo marcado pela paixão, devotado à noite, à música, às letras — porquanto Arte é um imperativo em mim. Aliás: Arte é linguagem de Deus, e artistas, pontes entre Deus e os homens.

    Sou alguém que transvalorou todos os valores, percorreu extremos desertos da vida; alguém que ama e só diz o que pensa, só faz o que gosta e aquilo em que crê. Sei, contudo, que o caminho por seguir é aquele em que se nunca perca a lucidez — o Caminho do Meio — para vislumbrar, nas coisas mais simples, a tão sonhada felicidade — por isso, digo: Não tenho medo de amar!... Vou tanto à floresta quanto ao mar por querer viver imensamente e sugar a essência da vida — abandonar tudo o que não seja vida, e não, ao morrer, descobrir que não vivi. "Porque demais são os perigos desta vida para quem tem paixão..." (Vinicius de Moraes)

    Abençoe o Senhor a todos nós e sejamos felizes, para um mundo melhor.

    "Porque a minha vontade tem o tamanho de uma lei da terra. Porque a minha força determina a passagem do tempo. Eu quero. Eu sou capaz de lançar um grito para dentro de mim, que arranca árvores pelas raízes, que explode veias em todos os corpos, que trespassa o mundo. Eu sou capaz de correr através desse grito, à sua velocidade. Eu sou capaz de expulsar o sol da minha pele, de vencê-lo mais uma vez e sempre. Porque a minha vontade me regenera, faz-me nascer, renascer. Porque a minha força é imortal." ("Cemitério de Pianos", de José Luis Peixoto, escritor português.)

    Santos, 22/10/2011
    Ivan Pereira Santos Junior
    (De minhas "Notas Autobiográficas".)

    Eu comigo mesmo — ou "No começo, era o verbo..."

    Bem gente, é isso aí! Cá estou, gozando (no bom sentido, claro! — não que no outro seja ruim: isso jamais!) das comodidades que o progresso tecnológico do mundo contemporâneo propicia. Decidi criar um blog; não que antes não tivesse pensado nisso, mas nada como bom incentivo, né? Daí, meu sincero agradecimento a minhas cunhadas, Jéssica e Michelle, irmãs de minha Vanessa, e a esta, que igualmente apoiou a ideia —  sim! ideia delas, principalmente de Jéssica, internauta de carteirinha como eu.

    Em um primeiro momento, indagará o leitor: Por que delas a sugestão? Vale dizer: Logo que surgiu o fenômeno da rede mundial, meu pai adquiriu, no final da década de 1990, um computador. Nunca mais sairia eu da frente da tela... Lembro-me bem do ICQ. Chat de bate-papo era febre... Garotas? conheci aos montes; volta e meia, aparecia com alguma. MSN? Quantas baladas não foram combinadas em tardes de sábado por meio dele, ou amigos choraram pra mim ou contaram-me conquistas pessoais do outro lado da tela? Orkut? Nunca pensei que um dia, essa rede social daria lugar a qualquer outra. Não havia ferramenta para estreitar relacionamentos melhor. Todos meus amigos, pessoas conhecidas, possuíam conta. Fui orkuteiro de plantão, a ponto de ter 5.000 fotos postadas, mais de 800 comunidades, uma porrada de gente na lista de amigos... até uma tragédia, para um viciado em rede social, ocorrer: Certa manhã de domingo, sei lá por que cargas d´água, ao sair da cama, fui direto pro computador. Senha digitada, tudo como manda o protocolo, para acessar minha conta. Apertei "enter"; nada. Cliquei de novo; nada. Resolvi fuçar. Pra quê?... Resumo: O Google me deletara! Isso mesmo: O Google achou por bem excluir minha conta por violar, sei lá por qual motivo, os termos de serviço. Xinguei, e xinguei com gosto... e, depois, pensei: — Porra... por que esse filho de uma puta, em pleno domingo, logo cedo, me excluiu??? Se era pra acontecer, fosse ao menos segunda-feira!!!! Ainda cogitei: — Essa merda se deu, será porque havia uma foto de um ilustre e culto ex-presidente brasileiro, que nem síndico de condomínio fora, ao lado de sua parasitária primeira-dama, ambos com focinho de porco, postada em meu Orkut ao tempo do surto de gripe suína??? Bem, já era...

    Com o fim de minha conta, percebi, coincidentemente ou não, o Facebook tornando-se preferência no mundo virtual. De começo, cultivei certa prevenção. Não vi com bons olhos. Como tantos, criei reservas, disse a mim mesmo que era muito complicado mexer com aquilo... porém, virou droga: Hoje, não vivo sem. Passou a ser um meio de, ao contrário do tanto de merda que leio por aí, besteirol master, expor ideias minhas, de outros; citar o que cabeças pensantes produziram ao longo da história, gente que me influencia o modo de agir e ver o mundo.

    Dias atrás, Jéssica sugeriu-me fizesse eu um blog, após ler um dentre tantos comentários, algo em tom de monólogo, que costumo fazer ao que frequentemente publico em minha página do Facebook. Aliás, certa vez, havia eu pensado, firme, ter um lugar só meu, eu comigo mesmo, para publicar o que viesse à cabeça; sair, talvez de redes sociais. Sim, sou individualista. Sou consciente disso que, para mim, é defeito meu. O nome: "Blog do Perera"; isso mesmo: "Perera", em vez de "Pereira", meu nome, por sugestão de meu grande amigo e irmão, Marco Aurélio Ferreira, que fora o primeiro, em tom de brincadeira, a chamar-me assim — "Perera" —, e pegou. Sem o "i" mesmo. Hoje, para a maioria dos amigos, sou o "Perera", afora os apelidos — "Pererucho"; "Iban, el Milonguero"; "Tio Ivan"; "Tiozinho"; "Junior Boy" etc —, dentre os quais, o primeiro, "Perera", detem, de longe, a liderança.

    Acabei, por uma semana, caindo fora do Face, e saí. Os mais chegados apelaram, reclamaram, disseram alguns entrarem, muitas vezes, para ler meus posts; outros, por ser a página mais legal que conheciam, que alguns entravam por minha causa, e patati-patatá... essas coisas, creio, ditas para me colocarem pra cima quando eu parecia estar "down", dado o momento que eu vivia, em agosto passado. Atendi aos amigos, achei por bem voltar, e fi-lo com força total; mas essa é outra história...

    Hoje, em seguida à pizza que pedimos, do modo mais estranho possível — dirão as pessoas "bem educadas", os "normais" —, o tal blog começou a materializar-se. Estávamos à mesa eu, Vanessa e ela, ao que me perguntei o porquê de Deus ter criado o cocô, não pelo cocô em si, mas, ao que parece, não satisfeito em permitir à humanidade, mediante o "fazer cocô" ser plenamente feliz e mais leve, ter-lhe atribuído o odor que o caracteriza. Argumentei: Ora, cá entre nós, por simples lógica, se Deus é onipotente, onisciente e onipresente, eterno, soberanamente justo e bom, não teria Ele previsto os inconvenientes que o cocô acarretaria — novamente, não por ele, e sim pelo que exala? Pensemos naqueles casos em que a garota apresenta aos pais o moço de quem está enamorada; digamos que, desastrosamente, nesse dia, o gajo não esteja lá muito católico... — no almoço, misturou canelone com tempura, grão de bico e isca de peixe...; e indo mais longe, justo quando põe pela primeira vez os pés na casa paterna da namorada, a barriga grita e ele enxerga no banheiro a luz do fim do túnel, a tábua de salvação, a única saída para sua constipação, que se avoluma à medida em que o pai da menina faz sala, a mãe propõe servir a sobremesa, após lauto jantar... Bem, pede gentilmente o quem sabe futuro genro se pode usar o banheiro, e constata este situar-se em frente — sim, bem em frente! — do recinto onde todos o recebem de braços abertos! É aí que mora o perigo — ou melhor, habitam vários perigos. Enumeremos: 1. O rapaz providencialmente se ausenta, e ao começar o trabalho, lembra do velho ditado: De cabeça e juiz e fralda de bebê, ninguém sabe o que vem! Iniciada a empreitada, depois de entregar sua sorte nas mãos de Deus e aos cuidados das boas almas, nota que, com a argamassa, vem o gás letal, saído, para sua desgraça, como um carnê das Casas Bahia — em suaves, porém quase infinitas prestações; 2. O intestino, por causa do feijão do dia anterior, rompe o silêncio do banheiro, e do mais profundo eu de nosso infeliz amigo, flatulências ruidosas, daquelas feito mísseis atômicos, denunciando o que o garoto faz e ecoando sem piedade nas paredes...; 3. Sabe nosso herói que um pequeno, quase insignificante fósforo, para depois da obra, pode salvar a pátria, os pulmões e queimar os miasmas na atmosfera do banheiro, apagando qualquer registro odorífero; 4. Não há fósforo...; 5. O cidadão se desespera — e não é pra menos; 6. Começa a rezar o Pai-Nosso; 7. Sabe que a média usual para uso de um sanitário é 3 a 4 minutos, suficiente para um xixi amigo e pronto — acima de 5 minutos (para quem está do lado de fora, uma eternidade), o sujeito se conscientiza de que seus anfitriões tem certeza quanto ao que o visitante foi aprontar...; 8. Chegada a hora fatal: Sair do banheiro, depois de 10 minutos lá dentro... Nesse momento, em razão do tempo dentro do W.C., o nariz do rapaz, já acostumado pelo tempo com a marofa podre, não percebe o poder destrutivo do rastro gasoso que o segue... até a presença dos donos da casa! Apenas um pensamento o dilacera: Por quê? Meu Deus... Mereço isso?

    Percebe-se? A palavra de ordem do dia: Constrangimento. Falar de cocô convencionou-se pior do que o produto. Uma vergonha qualquer — a famigerada "vergonha alheia" — toma conta da vítima, diante dos olhares acusadores — a essa hora, qualquer olhar, ainda que não, é acusador. A pessoa disfarça, sai do banheiro já falando sobre o resultado do último jogo do Santos — sem saber que são os donos da casa todos corintianos. Daí o caldo entorna de vez; nosso amigo balbucia a si mesmo: — Não estou aqui! e começa, pois, a mesma alta indagação que ora faço ao leitor: A inutilidade de o cocô ter cheiro. Poxa... Deus, em sua perfeição, não poderia, simplesmente, ter livrado o cocô de emanar o que emana? Ou, porque necessário um gás qualquer, tê-lo feito inodoro? Para os ateus, um prato cheio para falarem mal do Creador, dizerem que esse deus é um deus mal, perverso; que se compraz de ver em seus filhos meros títeres, submetidos a escarmento, muita vez, por liberar ingênua, inocente flatulência – escarnecidos, ou com o sentimento de escarnecidos, o que julgo pior; um deus que, ao crear o universo e o cocô, e lhes manipular a composição química, em vez deste gás pútrido, colocasse aquele outro, imperceptível ao olfato e que não desse lugar a incômodos atmosféricos... evitando, assim, repito, o que considero a "vergonha alheia" suprema, a vergonha-mor, a pior das piores vergonhas. Pense-se um recinto fechado; um elevador de um edifício de escritórios! Enfim!

    Mas... Deus é Deus – e bem provável o Altíssimo ter assim deliberado, com intuito de lembrar aos homens – ó! pobres homens... – que do pó vieram e ao pó tornarão, e, por mais que se untem de essências e fragrâncias e assim passem toda a vida terrena, perfumados, algo, ainda que uma única característica, os iguala, nivela e atrela: O mal cheiro que possuem as fezes — leia-se: restos dos alimentos ingeridos. Ricos ou pobres, monarcas ou mendigos, brancos ou negros, carecas ou cabeludos, magros ou gordos, bons ou maus – todos, absolutamente todos, comam caviar ou rapadura, fazem cocô!; e está para nascer quem o faça destituído do desagradável odor que emana! Quem sabe o Senhor, em sua infinita sabedoria, ao dotar o cocô de mau cheiro, quis mostrar aos homens todos serem iguais, ninguém mais que ninguém, e que todos, sem distinção, se em vida não fedem, certamente, federão na morte? Sim, sempre há uma razão secreta, muito mais plausível e além, ante a diminuta razão humana...

    Ao pum, aplica-se tudo o que se disse no tocante ao cocô.

    Finda a exposição, quase uma aula acerca do que me parece um absurdo, um disparate, já que o odor do cocô acaba sendo um entrave para o que reputo solução, ao menos de caráter psicológico, de muitos problemas existentes em diversas áreas de atuação da humanidade, imediatamente, Jéssica e Michelle se viraram e me disseram:  Vamos fazer o blog já! Você é um cara excêntrico; lá, poderá colocar tudo isso!

    Merda à parte, aviso aos navegantes mais desavisados: Não se escandalizem com este introito, verdadeira crônica que veio a lume despretensiosamente, sem qualquer intenção de sê-lo, mas que, no frigir dos ovos, acabou tornando-se uma crônica de merda  literalmente! Ainda assim, merda por merda, a bosta tem lá sua importância, senão, o grande filósofo iluminista francês Voltaire, com todo seu gênio, ironia e argúcia, não teria, assim como aqui expendi, dedicado um verbete ("Da Dejeção") de seu Dicionário Filosófico, de 1764, àquilo que todos, reafirmo, todos fazemos, sem exceção, quer duas horas uns, quer quatro horas outros, quer quatro dias outros ainda... após banquetearmos-nos das melhores iguarias, os maiores quitutes, as comidas mais exóticas. Tudo se transforma em matéria pútrida e fedorenta. Para alguns, parece triste, até bizarro, porém realidade, inobstante incomode... A verdade incomoda! Eis, para os mais curiosos, o verbete "Da Dejeção", de Voltaire:

    "Que não nos cause espanto o fato de que o homem, com toda a sua pompa, nasça entre a matéria fecal e a urina, uma vez que estas partes dele mesmo, mais ou menos elaboradas, mais freqüente ou mais raramente expulsas, mais ou menos pútridas, decidem seu caráter e a maioria das ações de sua vida.

    Começa a ser formada no duodeno a sua merda, assim que os alimentos saem do estômago e impregnam-se com a bílis do fígado. Caso tenha uma diarréia, o homem fica lânguido e doce, falta-lhe força para ser maldoso. Caso esteja apenas constipado, os sais e o enxofre de sua merda entram no quilo, trazendo a acrimônia para seu sangue, fornecendo freqüentemente a seu cérebro ideias atrozes. Um homem assim (e o número é grande) só comete crimes causados pela acrimônia de seu sangue, oriunda unicamente dos excrementos que alteram seu sangue.

    Ó homem, que ousas dizer-te à imagem de Deus! Dize-me se Deus come e se tem tripas!
    Tu, imagem de Deus! E pensar que teu coração, tua alma, depende de uma evacuação!"

    Se Voltaire, que é e sempre será Voltaire, por séculos e séculos, ousou falar de merda... quem sou, em minha infinita pequenez de saber, a fim de contrariá-lo? Por outro lado, se ele pôde, por que não eu, igualmente, falar de merda? Não que eu fale merda!!! Ah... Calo minha boca!!! De uma coisa sei: Falando ou fazendo, é com merda que se aduba a vida!

    Bem, deixo-me parar por aqui. Meus sogros chegaram da padoca, Vanessa capotou no sofá, minhas cunhadas procuraram o caminho da cama, são 0h 20min de sábado e preciso dar o pira do notebook de Vanessa, pois amanhã, logo cedo, levarei o carro para a oficina!

    Sejam todos benvindos! Até a próxima!

    Santos, 22/10/2011
    Ivan Pereira Santos Junior