terça-feira, 28 de fevereiro de 2012























Uma leitura necessária: Percepção.

Um homem sentou-se em uma estação de metro em Washington DC e começou a tocar violino; era uma fria manhã de janeiro. Ele tocou 6 peças de Bach por aproximadamente 45 minutos. Durante esse tempo, considerando que era horário de pico, calcula-se que 1100 pessoas passaram pela estação, a maioria a caminho do trabalho.


Três minutos se passaram, e um homem de meia-idade percebeu que um músico estava tocando. Ele diminuiu o passo, parou por alguns segundos, e então apressou-se a seus compromissos.


Um minuto depois, o violinista recebeu sua primeira gorjeta de 1 dólar: Uma mulher arremessou o dinheiro na caixa e continuou a andar.


Alguns minutos depois, alguém se encostou na parede para ouvi-lo, mas o homem olhou para seu relógio e voltou a andar. Obviamente, estava atrasado para o trabalho.


Quem prestou mais atenção foi um garoto de 3 anos de idade. Sua mãe, que o trazia, apressou-o, porém o garoto parou para olhar o violinista. Por fim, a mãe o empurrou fortemente, e a criança continuou a andar, virando sua cabeça à toda hora. Tal ação se repetiu por muitas outras crianças. Todos os pais, sem exceções, os forçaram a seguir andando.


Nos 45 minutos que o músico tocou, apenas 6 pessoas pararam e ficaram lá por um tempo; aproximadamente vinte lhe deram dinheiro, mas continuaram a andar. Ele recebeu $32; quando acabou de tocar, ninguém percebeu: Ninguém aplaudiu, tampouco houve algum reconhecimento.


Ninguém sabia disso, mas o violinista era Joshua Bell, um dos mais talentosos músicos do mundo. Ele acabara de tocar umas das peças mais difíceis já compostas, em um violino que valia $3,5 milhões de dólares.


Dois dias antes de ele tocar no metrô, Joshua Bell esgotou os ingressos em um teatro de Boston onde cada poltrona era aproximadamente $100.


Esta é uma história real. Joshua Bell tocou incógnito na estação de metrô, que foi organizado pelo Washington Post como parte de um experimento social sobre percepção, gosto, e prioridade das pessoas. O cabeçalho era: no ambiente comum em uma hora inapropriada:

NÓS PERCEBEMOS A BELEZA? NÓS PARAMOS PARA APRECIÁ-LA? NÓS RECONHECEMOS TALENTO EM UM CONTEXTO INESPERADO?


Uma das possíveis conclusões desse experimento poderia ser: 

SE NÃO TEMOS TEMPO PARA PARAR E OUVIR UM DOS MELHORES MÚSICOS DO MUNDO TOCANDO ALGUMAS DAS MELHORES MÚSICAS JÁ COMPOSTAS, QUANTAS OUTRAS COISAS MAIS NÃO ESTAMOS PERDENDO?




domingo, 26 de fevereiro de 2012

Não debatas com um idiota. — Malgrado deseje-se debater com quem, em verdade, se arvora em senhor da razão, tal é, de plano, tarefa natimorta. O idiota, por conta de sua idiotia, e já familiarizado com os jargões e todo mais palavreado que sua curta visão lhe franqueia, vencerá sempre um debate com aquele que se dispuser a dialogar em alto nível, mediante a palavra pensada e sem altercação. Assim, foge dos idiotas!

Santos, 26/02/2012
Ivan Pereira Santos Junior
(De meu livro "Do Amor-Próprio e Outros Amores, ou 'Um Livro Para o Caminho do Meio'")


UM POEMA...

Não tenhas medo, ouve:
É um poema
Um misto de oração e de feitiço...
Sem qualquer compromisso,
Ouve-o atentamente,
De coração lavado.
Poderás decorá-lo
E rezá-lo
Ao deitar,
Ao levantar,
Ou nas restantes horas de tristeza,
Na segura certeza
De que mal não te faz.
E pode acontecer que te dê paz... 

Miguel Torga (pseudônimo de Adolfo Correia da Rocha, 
poeta e escritor português; São Martinho de Anta, 12/08/1907 – Coimbra, 17/01/1995)
Quem disse impossível viver o melhor de dois mundos? — Viver bem é, decididamente, viver o melhor de dois mundos! Nem tanto mar nem tanto terra: É por meio do equilíbrio, do domínio próprio, da reflexão, do estudo, do diálogo, da amizade, do bom humor e de fruir coisas simples da vida  — ouvindo as vozes da paixão e da razão e observando as agruras e os benefícios que tanto uma quanto outra oferecem, que conquista o homem a liberdade, cumpre ideais que se impôs e reconhece, por fim, nele mesmo — não provinda do exterior — a felicidade. Sem luta, nada-se, nada-se... para morrer na praia, empreendidas todas as forças para o vazio da existência sem objetivos. Há sinais em toda parte a fim de achar o homem o caminho do meio; basta a ele entender a importância de parar.

Santos, 26/02/2012
Ivan Pereira Santos Junior
(De meu livro "Do Amor-Próprio e Outros Amores, ou 'Um Livro Para o Caminho do Meio'")


sábado, 25 de fevereiro de 2012

Um pedido insólito. — Sábado; próximo o ocaso do verão, após uma noite de sonhos intranquilos, achava-se o Senhor P. em casa, refestelado sob o calor ainda perdurante. Seu fiel escudeiro: O colar cervical. Toca o telefone; do outro lado da linha, a noiva: — Vamos à agência de turismo acertar as passagens, ver roteiro para a lua-de-mel? — O Senhor P. medita, pondera, dada a proximidade do casamento, e concorda, malgrado sem vontade alguma de sair. Já no interior da agência, um cínico escrúpulo ante a atendente o faz hesitar nisto: — Há roteiro, nele incluídos os principais cemitérios da Europa — ao menos, os de Paris e Viena?

Santos, 25/02/2012
Ivan Pereira Santos Junior
(De meu livro "Notas Autobiográficas, ou 'Pensamentos e Versos em Papéis Avulsos'")





















O chileno Wladimir Inostroza, conhecido como Fredo, é especialista em desenhos em 3D. Com iluminação e sombras perfeitas as artes a lápis parecem ganhar vida. As imagens são tão perfeitas que nas fotografias você pode vê-las facilmente interagindo com elementos reais.


"Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros. Sem livros, sem leitura, os nossos filhos serão incapazes de escrever - inclusive a sua própria história."

Bill Gates
Amor de mais, amor de menos. — Definitivamente, o amor não peca, e nem deve, por retilinearidade — tem lá suas fases más. Tudo o que é retilíneo torna-se maçante, aborrecido, tedioso. No caso do amor romântico, sobretudo, há dia em que a afeição se intensifica; noutro, esfria; noutro se apresenta mediana — e o casal, ou um de seus partícipes, desavisado, já algum tempo unido, acaba por sofrer, temendo que isso abale a estrutura da relação. De modo algum; ao contrário da assertiva: “Pouco amor não é amor”, insculpida por o dramaturgo e escritor brasileiro Nelson Rodrigues, em certos momentos, tem-se apenas impressão de haver amor de mais e noutros, de menos; porém, o amor existe — e isso é o que importa para seguir adiante e viver os prazeres da felicidade.

Santos, 25/02/2012
Ivan Pereira Santos Junior
(De meu livro "Do Amor-Próprio e Outros Amores, ou 'Um Livro Para o Caminho do Meio'")


quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Quem se acha fora de um problema, enxerga-o todo e com clareza. — O meio mais eficaz de resolver uma intricada questão é dela distanciar-se. O terceiro, que se não deixa envolver nas torrentes psicológicas inerentes a um conflito emocional, pode, por isso mesmo, enxergá-lo em sua inteireza, com nitidez, lucidez e sobriedade, estudando-o para vislumbrar-lhe mais facilmente a solução; daí a importância de o indivíduo que protagoniza um problema, ao evitar envolver-se, pensar não como personagem dele, mas segundo a perspectiva de um terceiro observador.

Santos, 22/02/2012
Ivan Pereira Santos Junior
(De meu livro "Do Amor-Próprio e Outros Amores, ou 'Um Livro Para o Caminho do Meio'")



terça-feira, 21 de fevereiro de 2012


Do estado transcendente supremo. — A mortificação do corpo físico, a intensa meditação, a renúncia ao mundo natural conhecido, a concentração no ponto divino da creação e o absorver-se no centro de toda experiência e de todo o ser — tais os caminhos de conhecer a consciência jubilosa: O não-ser, fora do espaço e do tempo e livre de todo pensamento. 

Santos, 20/02/2012
Ivan Pereira Santos Junior
(De meu livro "Vamos Ensaiar Uma Canção?, ou 'O Homem Como um Destino'")
Em minha pequena concepção, isto representa-me CONSCIÊNCIA CRÍSTICA: O Todo no Um e o Um no Todo, interdependentemente...


segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

“Os que estão mortos nunca se foram:
Eles estão na sombra que se espessa.
Os mortos não estão sob a terra:
Eles estão na árvore que se agita,
Eles estão no tronco que geme,
Eles estão na água que corre,
Eles estão na água que dorme,
Eles estão na cabana, estão na multidão:
Os mortos não estão mortos.”

(Poema africano tradicional, citado em Sacred Texts of the World: A Universal Anthology, Ninian Smaart e Richard D. Hecht Editores) 


sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Homossexualismo e atitude. — Nada tenho contra o homossexualismo; ao contrário, tenho, sim, contra quem não o assume, por vergonha ou medo. Se, por exemplo, o indivíduo é homossexual, assuma! Muitos há, homens e mulheres, dentre eles, inúmeros casados e com filhos, porém infelizes porque, ao pensar esconderem sua real condição, criando subterfúgios, em verdade, enganam a si próprios; vivem frustrados, infelizes, acabrunhados como lhes faltasse uma das mãos ou das pernas e não pudessem, daí, realizar dada tarefa ou cumprir um ideal. Dissimulam, agem  pelas caladas, com pavor de que os saibam as famílias, os amigos, os colegas de trabalho. Dois seres em um. Em público, uma atitude; privativamente, outra.

Impende honestidade consigo mesmo, respeito, integridade. Admitir aceitar-se constitui relevante passo para a liberdade. Quem precisa de amor, antes, deve amar-se, e quem se ama, sobretudo, respeita-se e promove esforços para conhecer-se; conhece-se para discernir o que exatamente lhe falta; divisa seus limites a fim de, a cada dia, caminhar para frente. Ao conhecer a si, em sua plenitude, dá-se o indivíduo à dádiva de discernir o que é o amor e o que é amar. Eis, daí, a grande, extensa lição decorrente do autoaprendizado: Não pode cultivar amor-próprio aquele que desconhece o amor. Dá-se somente o que se tem; oferece amor quem o tem e em si o cultiva. O amor-próprio não ofende, não constrange, não aflige, não fere, não magoa — diversamente, propulsa, estimula, eleva e encoraja, relegando a segundo plano a discriminação e os pré-juízos quanto à condição sexual, ao credo, à etnia, à classe social do homem ou da mulher, em nome da cidadania, da dignidade e da efetiva possibilidade de o sujeito ver-se não como pária, mas como peça incluída, atuante e participativa no cenário da vida em sociedade, titular de direitos e garantias asseguradas por lei.

Ao amar-se, certamente, aquele que se julgava vítima, se reconhecerá completo e feliz, permitindo somente o que não lhe viole a honra e a integridade.

Santos, 17/02/2012
Ivan Pereira Santos Junior
(De meu livro "Do Amor-Próprio e Outros Amores, ou 'Um Livro Para o Caminho do Meio')



De sombra e luz. — É por meio da arte — da música e da poesia — que dou voz ao que há de mais solitário em mim, o que há de solidão como traço de caráter, personalidade; minha sombra. É graças ao filosofar, ao pensar, que dou azo à eloquência, à força, à crítica, ao inconformismo, à claridade e à lucidez do espírito; a persona. Assim, malgrado pretendesse deixar de lado isso a que chamo dons, vem eles confirmar e traduzir, nesta existência, meus objetivos na Terra.

Santos, 15/02/2012
Ivan Pereira Santos Junior
(De minhas "Notas Autobiográficas")
Medo (I). — Um medo? Sim; tenho-o: A grande inquietação que ainda hoje me causa a mulher de preto — habitante de minhas visões, em criança, a perseguir-me. Imagine-se um pequeno, a contar apenas quatro anos de idade, acossado,  aflito, sem compreender, correndo sem, aparentemente, sair do lugar, enquanto mais se me aproximava, ao encalço, aquela imagem, lenta e aterrorizante.

Para mim, era ela, nada mais, nada menos, que a Morte. Quanto à morte, em si, não a temo; já tremo, pois, ao memorar a mulher de preto...


Medo (II). — Baratas...


Medo (III). — A grande onda... Desde a mais tenra idade, visões, quer mediante sonhos, quer em vigília — um entorpecimento dos sentidos —, que me tomam e levam a contemplar horrorizado toda a cidade de Santos devastada, arrasada com a invasão das águas do mar; gritos, cadáveres... Terror absoluto.

Santos, 17/02/2012.
Ivan Pereira Santos Junior
(De minhas "Notas Autobiográficas")
Dinheiro. — Que é dinheiro, senão papel a que se atribui demasiada importância, quando entra em circulação, e algo absolutamente sem o menor valor, quando sai e é recolhido como lixo? Que é dinheiro — senão papel em razão do qual, em mãos erradas,  se assassina, se vende a honra, se corrompe o espírito? Que é dinheiro, enfim — senão papel por meio de que se pode, sim, salvar vidas; saciar a fome e a sede; trazer conhecimento; praticar o bem?

Em verdade, tudo depende disto: Mãos.

Santos, 17/02/2012
Ivan Pereira Santos Junior
(De meu livro "Entre a Verdade e a Poesia, ou Reflexões Acerca da Condição Humana")

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

De mentes e de corações. — Segundo afirmo noutra oportunidade, no decurso da leitura de “Entre a Verdade e a Poesia, ou Reflexões Acerca da Condição Humana”, a inteligência deve ter apenas um único propósito: Servir ao progresso moral, espiritual e intelectual da humanidade. A esse fim último estabeleço correspondência o valor do conhecimento.

Eu mesmo; — isento de qualquer presunção ou afetação, permito-me a licença — dir-se-á poética? — de querer morrer e atravessar o rio da vida somente quando não mais dispuser, lucidamente, de minhas faculdades intelectivas e de meu bom humor, e não mais puder vê-los a serviço do progresso de meu semelhante. Nesse dia, a tudo alheado, ainda que, sobre o leito, a meu corpo diagnostique-se vida orgânica, com o coração pulsante, não terei serventia, e já terei ido; terei já ido, quando os que me rodearem já não mais reconhecerem em mim aquele que sorria e se determinava conforme valores e escolhas; falava, pensava, compunha e escrevia não para si próprio, mas para eles e a posteridade — sem lhes aguardar recompensa nem resposta alguma, senão o aclaramento de ideias, o avivamento da alma e o esclarecimento de mentes e de corações.

Dessarte, uma vida útil é uma vida dirigida conscientemente ao precípuo intento de reconhecer-se nos semelhantes, e estes naquela, e, enfim, contemplar a humanidade inteira caminhando, transpostas fronteiras, rumo à consciência fraterna, solidária, em que um pode ser por todos e todos por um — mentes e corações progredidos, mas um só pensamento e canto: O Amor.

Santos, 15/02/2012
Ivan Pereira Santos Junior
(Excerto de meu livro "Notas Autobiográficas - ou Pensamentos e Versos em Papéis Avulsos")
O suicídio por saída. — O homem não deve buscar saída no suicídio; para isso, aponto duas razões: Obrigar-se ele, com todas as forças, empenhar-se para obter ainda que um traço de recurso, em seu psiquismo e repertório de emoções e conhecimentos, dentre suas boas qualidades, suas virtudes, o que se contraponha àquela extremada decisão e incisivamente a defronte; e não olvidar quantos homens, mulheres e crianças vêm atrás, e, para ilustrar, dão combate, sobre o leito, a toda sorte de enfermidades — porquanto viver é um suceder de lutas diárias contra monstros, sobretudo, oriundos do alimento que cada qual oferece ao próprio íntimo. Assim, manter a mente limpa, esclarecida e arejada é o melhor e mais eficaz instrumento para vencer barreiras, em verdade, fictícias e plenamente transponíveis.

Santos, 15/02/2012
Ivan Pereira Santos Junior
(Excerto de meu livro "Do Amor-Próprio e Outros Amores - Um Livro Para o Caminho do Meio")

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Ignorância — a isso se devem os eventos mais nefastos que registra a história humana.

Santos, 13/02/2012
Ivan Pereira Santos Junior
(De meu livro "Entre a Verdade e a Poesia - Reflexões Acerca da Condição Humana")


As portas da percepção. — Muitos adentram, poucos são os iniciados. Muitos olham, poucos veem. Muitos escutam, poucos ouvem. A essência atrás da aparência — esse o caminho.

Santos, 13/02/2012
Ivan Pereira Santos Junior
(De meu livro "Entre a Verdade e a Poesia, ou Reflexões Acerca da Condição Humana")
Da exploração da fé. — Enquanto a humanidade negar a primazia e a simplicidade da prática do Amor e da Caridade, em nome do apego a dogmas, a fórmulas sedutoras porém vazias, às religiões tradicionais e a inumeráveis doutrinas pseudoespiritualistas — que a cada dia brotam à farta, a pretexto dos objetivos mais inconfessáveis e menos lícitos —, o medo, o temor, a cegueira, o fanatismo, a ignorância, o castigo, a inquietação e a negação da razão — da fé raciocinada — continuarão sendo os pilares a que certos indivíduos, movidos por ganância e demagogia, permaneçam a explorar a humildade, a credulidade e as economias de almas desesperadas e sequiosas de palavras animosas, espertando-lhes a excitação e as paixões, e mantenham-se no poder, atrás de púlpitos dourados, altares vistosos, tetos magníficos e templos nababescos.

Santos, 13/02/2012
Ivan Pereira Santos Junior
(Trecho de meu livro "Vamos Ensaiar Uma Canção?, ou O Homem Como um Destino")

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Curvar-se à adversidade, nunca; lutar, sempre! — Quem por demais se rebaixa, humilha-se, condescende em demasia, servilmente, permite ser pisoteado. Se te opuserem resistência, não hesites tentar novamente; se te obstarem o percurso, atalha-o — não te intimides nem recues. Tudo é possível para salvaguardar a felicidade pessoal, desde que se não sapateie sobre a desgraça da infelicidade alheia.

Santos, 08/02/2012.
Ivan Pereira Santos Junior
(Trecho do livro "Do Amor-Próprio e Outros Amores, ou Um Livro Para o Caminho do Meio") 



É necessário intervir na história humana. — Um motivo para viver? Sim; ei-lo: Não basta apenas viver; é preciso, com desassombro, fazê-lo de modo que se influa positivamente a vida daqueles que te cercam. Ninguém, a esmo, te cruza o caminho, tampouco vieste ao mundo ao acaso. Muita vez, estará em tuas mãos a mudança, e mudar o rumo, para melhor, dos acontecimentos que, sabidamente, terão fim danoso a outrem, em maior ou menor grau — e isso, sem discrepar pessoas a quem estimas ou estranhos, pouco importa —, é dos maiores feitos de que o homem pode alegrar-se...

Ter em mente, sempre: Doar-se, não permitindo quem quer que seja afastar-se sem sentir-se melhor, é uma dentre inúmeras maneiras de contributo ao amor-próprio.

Santos, 08/02/2012
Ivan Pereira Santos Junior
(Trecho do livro "Do Amor-Próprio e Outros Amores, ou Um Livro Para o Caminho do Meio")

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012





FATO!
Quem pode entender isto? Sim; todos que sonham um mundo melhor e trabalham, pela palavra e pelas mãos, para que não seja apenas sonho!!! Por isso mesmo, postulo: É possível, sim, a humanidade irmanar-se!!! É preciso crer, e somente crendo pode-se entender esta música - esta ode que entoa a fraternidade entre os homens!

Quem hoje resiste em seu lugar, e detém-se para contemplar a lua, senão os poetas de ontem, de amanhã e de depois?



Se a pílula do dia seguinte é considerada abortiva, concluo, no âmbito jurídico, que:

1.     A masturbação é homicídio premeditado;
2.     O sexo oral é canibalismo;
3.     O coito interrompido é abandono de incapaz;
4.     Sexo com camisinha é homicídio por asfixia; e
5.     Sexo anal é mandar o filho à merda...!


O positivo do Deus. — Deus, que é o Eterno Positivo, que é Amor —, quando diz fazer o homem, ou antes, o espírito que há de habitar a Terra sob forma humana, à imagem e semelhança do Creador, não confere Ele coisa alguma de ordem negativa à criatura; é, sim, para ser o homem pleno de amor e dessa positividade, e viver de modo positivo, benigno. A questão de ser do ente humano é questão de constituir-se o espírito de bondade, de caridade, de solidariedade. Creio que se o homem se desvia, é por seu arbítrio, conta e risco — Deus nada tem que ver com isso, responsabilizar-se por atos de seus filhos, infligir-lhes duras penas, supliciar os impuros, abonar-lhes faltas ou, ainda, premiar os justos. Deus é Amor...

Bom é aquele que vive o positivo de Deus; daí o homem, em razão de sua divinal procedência, não dever permitir, pois, entregar-se à maldade; não dever, verbi gratia, permitir-se pronunciar, a quem quer que seja, palavras de desânimo, de desencorajamento, de negação da vida e das dádivas que, sem perceber, recebe à medida que recomeça, a cada dia, ao despertar pela manhã e repousar durante a noite. Deus é Amor; o homem também pode sê-lo, manter viva a vontade para a Luz.

Santos, 07/02/2012
Ivan Pereira Santos Junior
(Trecho do livro "Vamos Ensaiar Uma Canção?, ou O Homem Como um Destino")

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Da força, do querer e da vontade. — A força depende da íntima disposição de ser forte, e está em querer sê-lo a origem da coragem, do destemor, do poder.  Daí, em suma, querer é poder.

Santos, 06/02/2012
Ivan Pereira Santos Junior
(Trecho do livro "Do Amor-Próprio e Outros Amores - Um Livro Para o Caminho do Meio")
A expectativa é um suicídio. — Comumente, ao aproximar-se o fim de um ano, como forma de estabelecimento de objetivos, muitos se referem ao vindouro: — No próximo ano, deixarei de depositar expectativas de mais em pessoas de menos.

À impossibilidade de amanhar o desapego, é que funda o homem esperança — e nisso habita o erro — em conjecturas, promessas, probabilidades, as quais, não se verificando em virtude de inúmeros motivos, por óbvio, alheios à vontade, dão lugar ao desapontamento. Daí, em verdade, não se deve nunca cultivar expectativa. Expectar é um erro, um erro grave. Expectar é dar margem à decepção, guarida à desilusão, lugar ao desengano.

Santos, 06/02/2012
Ivan Pereira Santos Junior
(Trecho do livro "Do Amor-Próprio e Outros Amores - Um Livro Para o Caminho do Meio")

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Ivete Sangalo e Cláudia Leite. — Tinha razão o “velho guerreiro”, Abelardo Barbosa, o "Chacrinha": "No Brasil, nada se cria, tudo se copia". De fato, ao atentar àqueles ritmos de influência africana, sem dúvidas, tribais, primitivos, semibárbaros, oriundos de uma terra que viu nascer Castro Alves, Rui Barbosa, Jorge Amado, indago: Não percebem os brasileiros, tão bem dotados de musicalidade, onde termina Ivete Sangalo e começa Cláudia Leite? As mesmas vozes, os mesmos tiques, o mesmo estilo musical — se é que se pode assim chamá-lo —, as mesmas repetitivas canções! Nem adentrarei a questão de letra, melodia, harmonia, dentre outros elementos? Para que? Aliás... há elementos de boa música naquilo que elas vociferam? Não importa; o bom gosto está morto. Ao menos, é o que parece.

(Consciente de que muito leitor a mim dedicará a mais visceral ojeriza...) 

Santos, 04/02/2012

Ivan Pereira Santos Junior
(Trecho do livro "Vamos Ensaiar Uma Canção?, ou O Homem Como um Destino")
Gosto de carnaval... — um ótimo momento para um retiro espiritual! (Rimou...)

Santos, 04/02/2012
Ivan Pereira Santos Junior
No Brasil, não é preciso muito para um indivíduo ser levado a praça pública e linchado até morrer: Basta que ele propugne o fim do carnaval, da cerveja e do futebol.

Santos, 04/02/2012.
Ivan Pereira Santos Junior
(Trecho do livro "Vamos Ensaiar Uma Canção? - ou O Homem Como um Destino")
Até onde leva a vã filosofia do homem. — A história humana é a história mesma de quantas religiões, tradições místicas, seitas, doutrinas e fórmulas mágicas para êxito individual o homem criou, em sua vã empresa de tudo nomear, rotular, classificar, a fim de explicar o que a maioria ainda julga — e sempre julgará — inexplicável, penetrar o impenetrável, ponderar o imponderável, compreender o incompreensível, circunscrever o insondável.

Santos, 04/02/2012.
Ivan Pereira Santos Junior
(Trecho do livro "Vamos Ensaiar Uma Canção?, ou O Homem Como um Destino")



Nada e ninguém farão por ti o que a ti compete empreender. — Antes de apregoares aos quatro cantos haver encontrado neste ou naquele templo a solução espiritual para todos problemas, porque lançaste mão de práticas esotéricas, mantras, palavras, símbolos e encantamentos e tudo pareceu dar-te certo - quando, em verdade, tiveste extraordinariamente mais fé em ti mesmo durante aquele mesmo período...; antes de aderires ferrenhamente a esta ou aquela corrente religiosa, a render-lhe dízimos, oferendas e sacrifícios, e anunciá-la tal qual o único caminho de vida e salvação... fecha os olhos: Busca, em vez disso, o caminho do meio - o equilíbrio necessário para o encontro de ti com o que há de melhor em teu interior, a luz interna, o ser crístico, para tua mudança e das circunstâncias em que vives. Descobrirás, com isso, prescindíveis ritos e fórmulas exteriores.

Quando a mente ainda não se encontra suficientemente aberta, portanto, impermeável, impenetráveis os novos conceitos que se queiram inserir. O auxílio só é eficaz quando o socorrido permite ajudar-se. Mantra ou palavra mágica alguma, classificados e propagados como infalíveis, promovem o que, antes, a autocura física, mental, emocional e espiritual propicia ao indivíduo, muita vez, sob o silêncio e a paz de um humilde quarto escuro.


Santos, 04/02/2012
Ivan Pereira Santos Junior
(Trecho do livro "Do Amor-Próprio e Outros Amores - Um Livro Para o Caminho do Meio")



A pretexto de amar e exceder-se. — O excesso cobra um preço e costuma levar à tragédia. Sob pretexto de amar, em razão de excessos, acaba-se por afastar a quem se ama. Quem assim procede, aflige, tiraniza, fere, atormenta; decide em lugar de outrem; age segundo o constrangimento; cerceia a faculdade, inerente a todo homem, de o outro escolher ou agir consoante a própria determinação.

Quem ama, confia no ser amado — não o sufoca; ao nutrir confiança, tanto em si quanto em outrem, vive com tranquilidade, não de receios, de inquietude, comuns nos que alimentam o ciúme, esse doloroso sentimento — porque, em geral, decorre da fantasia — oriundo de exigências da maciça vontade de posse (ou coisificação) da pessoa amada, da presunção ou certeza quanto à sua infidelidade.

Malgrado aparentemente o amante se desvelar por meio de carinho, atenção, amizade, companheirismo, dissimula, e encarcera o ser amado tal qual se o asfixiasse, a preterir-lhe as mais comezinhas vontades e coibir-lhe, em verdade, o espaço de que este necessita para respirar, pensar e exercitar o inalienável direito de ser feliz — noutras palavras: irrefragável e arbitrária violação da liberdade individual, esse direito fundamental.

Amar é liberdade, não prisão! Amar é contemporizar. Quem ama, promove diálogo, e o exercita para alívio do estresse e de tudo quanto possa tornar-se rotina da vida a dois. Quem dialoga, em suma, crê na concórdia.

Por óbvio, entanto, vale dizer: O destino de quem supõe saber amar, mas, na prática, conduz-se de forma duvidosa e totalmente contraditória, é a solidão. Solidão, o alto preço do excesso.


Santos, 03/02/2012.
Ivan Pereira Santos Junior
(Trecho do livro "Do Amor-Próprio e Outros Amores - Um Livro para o Caminho do Meio"