quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

De mentes e de corações. — Segundo afirmo noutra oportunidade, no decurso da leitura de “Entre a Verdade e a Poesia, ou Reflexões Acerca da Condição Humana”, a inteligência deve ter apenas um único propósito: Servir ao progresso moral, espiritual e intelectual da humanidade. A esse fim último estabeleço correspondência o valor do conhecimento.

Eu mesmo; — isento de qualquer presunção ou afetação, permito-me a licença — dir-se-á poética? — de querer morrer e atravessar o rio da vida somente quando não mais dispuser, lucidamente, de minhas faculdades intelectivas e de meu bom humor, e não mais puder vê-los a serviço do progresso de meu semelhante. Nesse dia, a tudo alheado, ainda que, sobre o leito, a meu corpo diagnostique-se vida orgânica, com o coração pulsante, não terei serventia, e já terei ido; terei já ido, quando os que me rodearem já não mais reconhecerem em mim aquele que sorria e se determinava conforme valores e escolhas; falava, pensava, compunha e escrevia não para si próprio, mas para eles e a posteridade — sem lhes aguardar recompensa nem resposta alguma, senão o aclaramento de ideias, o avivamento da alma e o esclarecimento de mentes e de corações.

Dessarte, uma vida útil é uma vida dirigida conscientemente ao precípuo intento de reconhecer-se nos semelhantes, e estes naquela, e, enfim, contemplar a humanidade inteira caminhando, transpostas fronteiras, rumo à consciência fraterna, solidária, em que um pode ser por todos e todos por um — mentes e corações progredidos, mas um só pensamento e canto: O Amor.

Santos, 15/02/2012
Ivan Pereira Santos Junior
(Excerto de meu livro "Notas Autobiográficas - ou Pensamentos e Versos em Papéis Avulsos")

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