sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Homossexualismo e atitude. — Nada tenho contra o homossexualismo; ao contrário, tenho, sim, contra quem não o assume, por vergonha ou medo. Se, por exemplo, o indivíduo é homossexual, assuma! Muitos há, homens e mulheres, dentre eles, inúmeros casados e com filhos, porém infelizes porque, ao pensar esconderem sua real condição, criando subterfúgios, em verdade, enganam a si próprios; vivem frustrados, infelizes, acabrunhados como lhes faltasse uma das mãos ou das pernas e não pudessem, daí, realizar dada tarefa ou cumprir um ideal. Dissimulam, agem  pelas caladas, com pavor de que os saibam as famílias, os amigos, os colegas de trabalho. Dois seres em um. Em público, uma atitude; privativamente, outra.

Impende honestidade consigo mesmo, respeito, integridade. Admitir aceitar-se constitui relevante passo para a liberdade. Quem precisa de amor, antes, deve amar-se, e quem se ama, sobretudo, respeita-se e promove esforços para conhecer-se; conhece-se para discernir o que exatamente lhe falta; divisa seus limites a fim de, a cada dia, caminhar para frente. Ao conhecer a si, em sua plenitude, dá-se o indivíduo à dádiva de discernir o que é o amor e o que é amar. Eis, daí, a grande, extensa lição decorrente do autoaprendizado: Não pode cultivar amor-próprio aquele que desconhece o amor. Dá-se somente o que se tem; oferece amor quem o tem e em si o cultiva. O amor-próprio não ofende, não constrange, não aflige, não fere, não magoa — diversamente, propulsa, estimula, eleva e encoraja, relegando a segundo plano a discriminação e os pré-juízos quanto à condição sexual, ao credo, à etnia, à classe social do homem ou da mulher, em nome da cidadania, da dignidade e da efetiva possibilidade de o sujeito ver-se não como pária, mas como peça incluída, atuante e participativa no cenário da vida em sociedade, titular de direitos e garantias asseguradas por lei.

Ao amar-se, certamente, aquele que se julgava vítima, se reconhecerá completo e feliz, permitindo somente o que não lhe viole a honra e a integridade.

Santos, 17/02/2012
Ivan Pereira Santos Junior
(De meu livro "Do Amor-Próprio e Outros Amores, ou 'Um Livro Para o Caminho do Meio')



Nenhum comentário:

Postar um comentário