sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Medo (I). — Um medo? Sim; tenho-o: A grande inquietação que ainda hoje me causa a mulher de preto — habitante de minhas visões, em criança, a perseguir-me. Imagine-se um pequeno, a contar apenas quatro anos de idade, acossado,  aflito, sem compreender, correndo sem, aparentemente, sair do lugar, enquanto mais se me aproximava, ao encalço, aquela imagem, lenta e aterrorizante.

Para mim, era ela, nada mais, nada menos, que a Morte. Quanto à morte, em si, não a temo; já tremo, pois, ao memorar a mulher de preto...


Medo (II). — Baratas...


Medo (III). — A grande onda... Desde a mais tenra idade, visões, quer mediante sonhos, quer em vigília — um entorpecimento dos sentidos —, que me tomam e levam a contemplar horrorizado toda a cidade de Santos devastada, arrasada com a invasão das águas do mar; gritos, cadáveres... Terror absoluto.

Santos, 17/02/2012.
Ivan Pereira Santos Junior
(De minhas "Notas Autobiográficas")

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